Evento do MinC promoveu palestras, painéis, oficinas e mentorias qualificando empreendedores criativos
O Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) chegou ao fim e deixou um clima de saudade no ar para os participantes que estiveram em Fortaleza. O evento reuniu profissionais de diferentes áreas da cultura para um amplo circuito com 188 atividades entre oficinas, painéis, mentorias e encontros. O clima foi de muita satisfação.
“O grande aprendizado que a gente tem é que quando você tem a relação entre todas as áreas da cultura, você tem um ambiente mais rico para todos prosperarem, para a economia criativa prosperar”, diz Aldiane Lima, da Associação Ceará Designs, que se sentiu contemplada pela oportunidade de diálogo com outras áreas da cultura.
A gente está vendo muitas relações interáreas. O design falando com a música, falando com jogos, falando com dança, com circo. Isso é muito importante”.
O distribuidor do Grupo Galpão, de Belo Horizonte, Marcelo Bones, concorda com a avaliação de Aldiane. “A gente conseguiu fazer com que esse lugar, que é um lugar tão especial, que é Fortaleza, o Ceará, se transformasse exatamente em um evento de negócios, um evento afetivo, caloroso e de realização”, definiu.
Ao longo da intensa programação de atividades, os participantes destacaram ainda o clima de troca direta e prática, a oportunidade de formação e a criação de redes que devem seguir vivas e quentes após o evento.
Além da integração local, também foi presenciado vínculo internacional direto com quase 30 países, um deles Cabo Verde. “Viemos mostrar um bocadinho daquilo que se faz em Cabo Verde. Tem sido uma experiência incrível, a cidade acolheu-nos muito bem, sentimo-nos em casa”, afirma Ivanildo Alves, diretor de Planejamento, Orçamento e Gestão do Ministério da Cultura de Cabo Verde, avaliou positivamente. “Essa experiência quero levar essa experiência para Cabo Verde, que está, neste momento, a fazer uma aposta muito grande na cultura e nas indústrias criativas. Percebemos que há muita similaridade entre os problemas, os desafios e as soluções que daí vamos trabalhar para implementar nos nossos países. O clima já é de muita, muita satisfação”.
Valorização além de investimento
O que se viu em cada equipamento cultural da cidade que abrigou uma atividade formativa ou de negócios, foi o sentimento de ter compartilhado experiências e adquirido ferramentas para fortalecer seus projetos.
A sócia-fundadora da Tato Criação Cênica, Katiane Negrão, reconheceu a oportunidade de fazer negócios. “Achei interessante nos colocarmos na rodada de negócios, como vendedores e compradores. Porque a gente sempre se vê como artista, como produtora, essa é a primeira vez que eu estou realmente falando que eu sou uma vendedora da minha arte. Eu estou muito contente com o evento. A gente já foi em todos os estados brasileiros, em 11 países, mas a gente continua, a gente não quer parar. Com certeza, vai fortalecer o nosso projeto. Estou bem confiante disso”.
Da profissionalização às políticas públicas, passando por temas como gênero, território, inovação, economia criativa e acesso a mercados, os painéis contribuíram para a qualificação do setor cultural. O tema do protagonismo feminino foi escolhido a dedo pela Regiane Alves, fundadora da empresa Regiane Libras, de Brasília.
“Essa troca, com outras mulheres potentes, fortes, nós estamos aqui para aprender, é extremamente enriquecedora. É por isso que eu estou aqui. Escolhi a dedo e quero aprender com elas, ver o que elas têm para falar sobre a nossa economia criativa”, confessou. “Esse projeto traz muita conexão, muita riqueza de conhecimento e isso não tem valor. Se a gente for mensurar em valor, não tem”, completou.
Mais que saudade, o clima comum que ficou no ar de Fortaleza, é de que o MICBR tem ajudado a inspirar novas possibilidades. “Acima de qualquer coisa, você conhecer outras pessoas, conhecer outros artistas e conseguir expandir a mente, o conhecimento nunca tem limite. Nunca é demais!”, elogiou Fábio Henrique Santiago, sócio na empresa de artesanato do Paraná, Irmãos Santiago.
Maria Clara, CEO de uma empresa de moda autoral de Sergipe, revelou que novas parcerias estavam sendo firmadas para sua marca. “A gente recebe tanto feedback para a marca, como também a gente consegue fazer conexões e novos negócios fora do estado. A gente conseguiu fazer conexão em Recife, aqui mesmo com Fortaleza e a gente vai ter uma em São Paulo e a outra no Uruguai. Ou seja, essa conexão fora do nosso normal é excelente”.
Quem esteve em Fortaleza viu e atestou: o MICBR é um espaço de circulação de ideias, impulsionamento de negócios criativos e fortalecimento do ecossistema cultural brasileiro.
MICBR+Ibero-América
A edição 2025 aconteceu em Fortaleza de 3 a 7 de dezembro e é uma realização do Ministério da Cultura, correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), do Governo do Estado, por meio da Secult Ceará, e Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secultfor.

