O aquecimento do mercado de trabalho e a atuação mais estratégica da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) têm impulsionado a aprendizagem profissional, que registra recordes consecutivos de contratação em 2025. Apenas em julho, foram firmados 6.099 novos contratos no país, um salto de mais de 1.000% em relação ao mesmo mês de 2024, quando houve apenas 221 registros.
No acumulado de janeiro a julho deste ano, 75.950 jovens ingressaram no mercado de trabalho por meio da aprendizagem. Com isso, o Brasil alcançou em julho um marco histórico: 674.849 aprendizes ativos. Os dados são do MTE, responsável pela fiscalização da Lei nº 10.097/2000, que regulamenta o programa.
Setores em destaque em julho
Em julho, o setor de Serviços puxou as contratações, com saldo de 4.239 novos aprendizes, seguido pela Indústria (2.322), Agropecuária (309) e Construção Civil (157). O Comércio, por sua vez, registrou saldo negativo de 929 contratos. O saldo corresponde à diferença entre contratações e desligamentos no período.
Segundo o secretário de Qualificação, Emprego e Renda do MTE, Magno Lavigne, é comum que os números recuem no meio do ano, devido ao encerramento de contratos que coincide com os recessos escolares. Em 2025, no entanto, esse cenário não se confirmou. “Com a permanência dos contratos, registramos saldo positivo em todos os meses deste ano. Isso tem nos permitido alcançar recordes históricos consecutivos no número de aprendizes”, ressalta o secretário.
Mercado aquecido e fiscalização mais assertiva
O desempenho positivo também reflete o aquecimento do mercado de trabalho, que estimula a contratação de profissionais e, por consequência, amplia as cotas destinadas a aprendizes. Pela legislação, empresas de médio e grande porte, com pelo menos sete empregados em funções que exigem formação profissional, devem manter entre 5% e 15% de aprendizes em seu quadro.
Outro fator decisivo é a retomada da capacidade de fiscalização dos auditores-fiscais do Trabalho do MTE, agora fortalecida por novas tecnologias que aumentam a eficácia das ações. Somente entre janeiro e julho, mais de 43 mil estabelecimentos foram inspecionados, resultando na lavratura de 20 mil autos de infração e na contratação de 103.247 aprendizes.
“A inspeção do trabalho tem ampliado o uso de novas ferramentas de fiscalização, o que vem gerando mais oportunidades para os jovens. Atualmente, 73% dos contratos de aprendizagem ativos estão em empresas fiscalizadas nos últimos cinco anos”, destaca a auditora-fiscal Taís Arruti, coordenadora nacional da Aprendizagem Profissional.
Perfil dos jovens na aprendizagem
Em julho, o Brasil registrou 674.849 jovens aprendizes ativos. Do total, 357.589 (52,99%) eram mulheres e 317.260 (47,01%) homens. Em relação à raça, 312.717 se autodeclararam pardos, 279.795 brancos, 67.781 pretos, 4.115 amarelos e 1.639 indígenas.
A maioria dos participantes (360.933) tinha até 17 anos, enquanto 310.580 estavam na faixa etária de 18 a 24 anos. Acima dos 25 anos, o programa contava com 3.338 pessoas com deficiência, público sem limite de idade para ingressar como aprendiz.
Quem pode ser aprendiz
Podem participar do programa jovens entre 14 e 24 anos, desde que estejam matriculados em instituições de qualificação profissional credenciadas pelo MTE.
O contrato de aprendizagem prevê remuneração proporcional ao salário mínimo por hora trabalhada e jornada reduzida, de até seis horas diárias, o que facilita a conciliação entre trabalho e estudo. A formação é gratuita e combina aulas teóricas com a prática profissional dentro das empresas.
O jovem aprendiz também tem direito a FGTS com alíquota de 2%, 13º salário, vale-transporte e férias, que devem, preferencialmente, coincidir com o calendário escolar.
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