Presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), detalhou o resultado da safra de grãos 2024/25, que apresentou recorde de 350,2 milhões de toneladas, em entrevista à Voz do Brasil desta quinta (11)
A produção de grãos no Brasil apresentou recorde histórico de 350,2 milhões de toneladas na safra 2024-25. O volume representa um crescimento de 16,3% em relação ao ciclo anterior, ou 49,1 milhões de toneladas a mais, e supera o recorde obtido em 2022/23, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas. “Assim, nós vamos garantindo a segurança alimentar e nutricional para a população”, comemorou o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, em entrevista à Voz do Brasil desta quinta-feira (11/9).
O produto mais cultivado foi a soja, com produção recorde estimada em 171,5 milhões de toneladas, valor que corresponde a uma alta de 20,2 milhões de toneladas na comparação com a safra anterior.
Principalmente o carro-chefe continua sendo a soja, quase 50% da nossa produção agrícola é da soja, o segundo produto é o milho, aliás, são os dois recordes, né? Além da super safra, que é a maior da história do País, nós temos a maior safra de soja, 171,5 milhões de toneladas, o que significa um aumento de treze ponto 3% acima da safra do ano passado e o milho também é um novo recorde”, explicou o presidente da Conab.
Esse desempenho foi impulsionado pela expansão da área cultivada, que passou de 79,9 milhões de hectares para 81,7 milhões de hectares, e pelo ganho de 13,7% na produtividade média nacional, chegando a 4.284 quilos por hectare. Condições climáticas favoráveis, sobretudo no Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso, contribuíram para esse cenário.
Leia a entrevista completa:
Presidente, o volume obtido na colheita de grãos no atual ciclo representa uma alta de 16,3%, como a gente já comentou sobre a temporada anterior. Na prática, é mais comida na mesa dos brasileiros?
Exatamente, Nasi. Essa é a nossa expectativa. Quanto mais produto sendo ofertado no supermercado, é a possibilidade dos nossos consumidores ao entrar nos supermercados, também, ter um produto com preço justo. Vocês viram que o último levantamento que foi feito sobre a inflação, nós tivemos deflação. E a questão principal é o preço dos produtos.
Vocês sabem que a Conab agora fez uma parceria com o Dieese, que acompanhava o valor da cesta básica em 17 capitais, agora estamos acompanhando em 27 capitais. E o levantamento da semana passada feito, é que das 27, em 24 capitais, baixou o preço do alimento para os consumidores. É claro, a gente tem que estar sempre com um olhar muito atencioso para o homem e a mulher do campo, para que eles tenham dignidade, tenham renda, possam viver feliz, continuar produzindo e a abundância pra gente colocar na mesa dos brasileiros, produto bom, produto saudável, com sabor da colônia e com preço justo.
O senhor falou de duas pesquisas que mostraram a queda no preço dos alimentos, não é? A Conab, ela também colabora na execução de programas públicos, como o de aquisição de alimentos. E a gente pode falar então, que quanto maior essa produção, maior é a contribuição social da companhia?
Exatamente, Luciana, o principal programa que a Conab operacionaliza é o PAA, Programa de Aquisição de Alimentos, que aliás, tinha sido fundado no governo passado. Nós realizamos uma chamada pública e todas as cooperativas e associações da agricultura familiar ofertam para a Conab, para a Conab que eles têm pra vender.
E nós botamos uma regra, se não tiver 50% de participação das mulheres em cada um desses projetos ofertados, o sistema da Conab nem analisa. E pra nossa surpresa, hoje, 80% da comida ofertada no PAA são de mulheres trabalhadoras rurais. Se tu vai numa cozinha solidária, quem está fazendo alimentação são as mulheres.
Quando a ONU anunciou: ‘o Brasil está fora do mapa da fome’, um dos principais instrumentos do Governo Federal foi a Conab através dos seus programas, em especial o programa de aquisição de alimentos. Como tu sabes, a Conab voltou a fazer estoques públicos, que também é uma segurança alimentar pra população.
Estamos aproveitando essa super safra, estamos comprando produto com preço melhor para os produtores, fizemos estoque e no momento que o preço subir em alguma região do país, alguns estados, a Conab coloca esse produto no mercado e regula preços agora para os consumidores. E assim, nós vamos assegurando a segurança alimentar e nutricional pra população.
Agora, presidente, vamos falar um pouco dos produtos que foram cultivados, quais foram os destaques aí nessa produção?
Principalmente o carro-chefe continua sendo a soja, quase 50% da nossa produção agrícola é da soja, o segundo produto é o milho, aliás, é os dois recorde, né? Além da super safra, que é a maior da história do país, nós temos a maior safra de soja, 171,5 milhões de toneladas, o que significa um aumento de treze ponto 3% acima da safra do ano passado e o milho também é um novo recorde.
139 milhões de toneladas, que é um extraordinário aumento de 20,9%, comparado com a safra do ano passado. Outro recorde é na produção de algodão, mas as notícias boas não são só essas. Nós aumentamos depois de 13 anos, que só diminuía a lavoura plantada com arroz e feijão, por exemplo, nós tivemos agora um aumento e estamos tendo uma das maiores safras de arroz da nossa história.
Mais de 12 milhões de toneladas de arroz, uma grande safra de feijão, que vai garantir que esses dois produtos que são base da alimentação da população brasileira não vai faltar e nós vamos garantir que estará com preço justo para os consumidores.
Aumentou a área plantada, como a gente tinha comentado, né, presidente?
Principalmente pro arroz e pro feijão. Aumentou a área plantada muito, a área plantada do, do, do arroz, é mais de vinte por cento, é, o aumento da área cultivada, tivemos um clima muito bom, um clima favorável, como vocês sabem, com a volta do presidente Lula voltou, o plano safra da agricultura familiar e tem juros subsidiário, quem optar em fazer um financiamento pra produzir arroz e feijão, o juro é três por cento ao ano e se produzir de uma forma agroecológica, sem aditivos químicos, o juro é dois por cento ao ano e esse resultado veio que quase que é automático, o agricultor, antes de botar semente na terra, faz os cálculos, se é viável economicamente, ele planta e produzir comida pro nosso mercado interno, passou a ser um bom negócio também para o campo agrícola brasileiro.
Presidente, o senhor já falou um pouco sobre a formação de estoques públicos, né, que foi retomada em 2023, vamos explicar pro nosso ouvinte como é que funciona isso, como é que a Conab trabalha com isso pra que os preços dos produtos fiquem mais baratos.
Vamos aos exemplos, Nasi, no 2023, primeira compra pra fazer estoques públicos, voltar aos estoques públicos, porque estava no governo passado completamente esvaziados, foi fechado 27 unidades armazenadoras, nós estamos recuperando todas elas, compramos milho, pra teres uma ideia, aqui na região do centro-oeste, a saca de milho estava, o preço mínimo, que é o custo de produção, R$ 44, como deu em 2023 também, uma grande safra de milho, o preço caiu para os produtores, estava o mercado pagando R$ 33 e nós compramos quase 200 mil toneladas de milho, pagamos os R$ 44, acima do que o mercado estava pagando, fizemos estoque, no início de 2024, deu a seca nos estados do Nordeste, o milho lá foi pra cem reais a saca e nós transportamos o milho do centro-oeste pro Nordeste e vendemos lá por R$ 60. Além da gente vendendo um preço mais barato para os compradores, para os criadores, nós ainda regulamos o o mercado, imagina você, se uma agropecuária está vendendo o milho a R$ 100, chega a Conab, o Governo Federal e vende por sessenta, obviamente que a gente faz um equilíbrio dos preços.
Fazia 11 anos que não tinha estoque de arroz nos armazéns da Conab, agora tem estoque. Fazia 14 que não tinha estoque de trigo, agora nós temos trigo, ou seja, se o preço subir em algum estado do Brasil, nesses produtos que nós temos em estoque, nós botamos esse produto no mercado e nós garantimos preço justo para os consumidores, garantindo a mão amiga do governo pra quem está no campo produzindo.
Cada vez preços menores dos nossos alimentos, né? Com essa safra, com estoques, com essas ações todas que a Conab vem tomando.
Exatamente, o Brasil saiu do mapa da fome, estamos tendo deflação, como eu falei, em vinte e quatro das vinte e sete capitais, o preço baixou e nós vamos continuar trabalhando, garantindo políticas públicas, garantindo o apoio do Governo Federal pra quem planta, ter mais fator de alimento e garantir preço justo pra quem consome.