Em comparação a 2022, ano em que ações de fiscalização e outras medidas de proteção protagonizadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram fortalecidas, a queda é de 74% na Amazônia e 62% no Cerrado. Índice é o menor registrado para a Amazônia e o segundo menor para o Cerrado desde a criação do Instituto, em 2007
O Brasil alcançou resultados históricos no combate ao desmatamento em unidades de conservação federais em 2025, mostram os dados do Projeto de Desmatamento e Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Entre agosto de 2024 e julho de 2025, 134 quilômetros quadrados de desmatamento foram registrados em unidades de conservação federais da Amazônia e 31 quilômetros quadrados no Cerrado, apontando para a viabilidade de cumprimento da meta do Brasil, de desmatamento zero até 2030.
Estes números consolidam o papel estratégico das áreas protegidas no enfrentamento da crise climática, já que o desmatamento é a principal fonte de emissões de carbono no Brasil. Os números atuais demonstram que onde há unidade de conservação, cai o desmatamento, mesmo diante de pressões predatórias.
A queda contínua dos últimos anos mostra que a estratégia do ICMBio está apresentando resultado real e consistente”, avalia o presidente do órgão, Mauro Pires
Ele destaca o envolvimento direto da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) , Marina Silva , e a orientação política clara do presidente Lula, comprometida com a meta de desmatamento zero, para o alcance destes resultados.
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Em 2025, desmatamento tem redução de 11,08% na Amazônia e 11,49% no Cerrado
“A retomada da presença do Instituto Chico Mendes nos territórios tem sido decisiva para este resultado positivo, com o reforço da fiscalização e do combate às ilegalidades, a recomposição de conselhos participativos, a reativação de políticas sociais que chegam diretamente a povos e comunidades tradicionais e a aquisição de veículos e equipamentos, entre outras ações”, reiterou o presidente do ICMBio.
A ministra Marina Silva , comemorou os resultados e destacou que a queda do desmatamento nas Unidades de Conservação (UCs) federais em 2025 “revela o compromisso do atual governo com a meta de zerá-lo até 2030. E confirma a importância dessas áreas para proteger nossos biomas, a biodiversidade e os modos de vida. Ao manter serviços ecossistêmicos — estabilidade climática e regulação das chuvas —, elas beneficiam toda a sociedade e a própria economia brasileira”.
O desmatamento total na Amazônia Legal também apresentou queda robusta em 2025: 11,08% em relação ao período anterior, terceira menor taxa desde 1988. No Cerrado, a taxa geral teve queda de 11,49% em relação ao período anterior. Esses números confirmam a tendência de retração iniciada em 2023, após cinco anos consecutivos de alta.
Enfrentamento da crise climática
Com os menores índices históricos de desmatamento, tanto no geral quanto em áreas protegidas, o Brasil chega à 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontece a partir do próximo dia 6 em Belém (PA), com um recado claro: proteger florestas é uma das estratégias mais eficazes para enfrentar a crise climática.
Ecossistemas preservados absorvem carbono da atmosfera e o armazenam na biomassa e no solo. Ao manter essas áreas preservadas, a liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa é evitada. Nesta perspectiva, o governo brasileiro retomou a política de fortalecimento das UCs federais, com a criação ou ampliação de 14 áreas desde 2023, nos biomas Caatinga, Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado, além de áreas marinho-costeiras, s omando cerca de 550 mil hectares. Além disso, 59 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) foram criadas neste período.
Às vésperas da COP, a mensagem que levamos aos chefes de Estado e à sociedade global é simples e firme: investir na criação, ampliação e consolidação das Unidades de Conservação é uma das estratégias mais eficazes para enfrentar a mudança do clima” , enfatizou Mauro Pires
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Os resultados históricos de redução do desmatamento nas UCs federais foram comemorados pela ministra Marina Silva no domingo (2/11) durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comunidades tradicionais da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará. O presidente do ICMBio acompanhou a agenda e destacou as comunidades como guardiãs da floresta e protagonistas da conservação.
Na ocasião, o governo brasileiro afirmou o papel estratégico das unidades de conservação na proteção da Amazônia e no fortalecimento das populações tradicionais. O presidente Lula reafirmou o compromisso de “conhecer de perto a realidade dos povos da floresta” e de garantir políticas públicas que unam conservação ambiental e desenvolvimento social.
