O Ministério das Mulheres, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, lançou nesta sexta-feira (25) o curso de formação “Diplomacia Popular: Emergência Climática, Territórios e Gênero”. A iniciativa integra a agenda estratégica do governo federal para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em Belém (PA), em novembro deste ano. O objetivo é fortalecer a presença e o protagonismo de mulheres e povos e comunidades tradicionais nos debates e negociações globais sobre a crise climática.
A cerimônia de lançamento ocorreu na sede do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília (DF), com a participação das ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Márcia Lopes (Mulheres), da reitora da UnB, Rozana Reigota Naves, da decana de Extensão da UnB, Janaína Soares de Oliveira, além de lideranças de movimentos sociais e representantes de organizações da sociedade civil.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, ressaltou o caráter estratégico do curso. “Esse curso vai formar e qualificar jovens, mulheres e lideranças de povos e comunidades tradicionais para responder a um tema fundamental: a mudança do clima. Isso tem tudo a ver com o momento que vivemos no mundo, na América Latina e no Brasil. Às vésperas da COP 30, queremos reafirmar a potência que as mulheres representam em todas as dimensões da vida social”, afirmou.
Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a formação é um passo essencial para democratizar o acesso aos espaços de decisão. “Historicamente, pessoas pretas, indígenas, mulheres e populações periféricas foram trancadas do lado de fora dos espaços de poder. Quebrar esses códigos é essencial para permitir que todos e todas participem com suas linguagens, com sua forma, mas com capacidade de intervir efetivamente. Esse é o espírito da diplomacia popular que estamos promovendo aqui”, destacou.
A reitora da UnB, Rozana Reigota Naves, celebrou a iniciativa como parte do compromisso da universidade com a transformação social. “Esse curso representa o compromisso da UnB com a justiça social, ambiental e de gênero. Queremos, juntas, deixar um legado de um planeta sustentável e um mundo mais justo para as futuras gerações”, declarou.
A decana de Extensão da UnB, Janaína Soares de Oliveira, reforçou a proposta de construir novos caminhos de participação. “Estamos criando caminhos onde antes havia silêncio, exclusão e ausência. A diplomacia popular que esse curso propõe valoriza o saber da terra, os saberes das comunidades, a força de quem luta para sobreviver com dignidade. Gênero incide sobre quem menos contribuiu para a crise climática e sobre quem menos tem voz – e é justamente essa realidade que queremos transformar”, afirmou.
Representando o Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) e a Rede de Mulheres da Costa dos Corais, Ana Paula de Oliveira Santos celebrou a construção coletiva da iniciativa. “Discutir as questões climáticas é também discutir o papel e a importância das mulheres de povos e comunidades tradicionais nesse processo. Participar dos espaços de decisão climática é promover igualdade de gênero e construir um futuro justo e sustentável para todos. Para o CNPCT, é muito gratificante estar nessa parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério das Mulheres e a UnB”, declarou.
Sobre o curso de formação
Com investimento de R$ 200 mil do Ministério das Mulheres, a formação é voltada a lideranças de povos e comunidades tradicionais, com reserva de vagas para mulheres negras, jovens e representantes do CNPCT. Ao todo, 116 pessoas estão inscritas, sendo 104 mulheres.
As aulas terão início no dia 22 de agosto e seguirão até 24 de outubro, em formato on-line. A formação será conduzida por docentes do Departamento de Relações Internacionais da UnB, com abordagem metodológica voltada à formação de agentes multiplicadores.
Também participaram da cerimônia de lançamento a diretora de Articulação Institucional do MMulheres, Andreza Xavier; as coordenadoras Ana Lucia Sousa Pinto e Alessandra Jacobovski, da coordenação-geral de Participação Social e Ações Climáticas do MMulheres; a secretária-executiva adjunta do MMA, Anna Flavia Franco; e a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, Edel Moraes.